sexta-feira, 2 de abril de 2010

A Ideologia da Competência

CHAUÍ, Marilena, O que é Ideologia


A IDEOLOGIA DA COMPETÊNCIA

Segundo Marilena Chauí, a Ideologia atual sofreu várias mudanças, antigamente existia uma Ideologia burguesa, onde os detentores legítimos do poder eram: o pai, o patrão, o professor, o cientista e o governante. No entanto após 1930, surge o fordismo, que controla a produção da matéria prima junto nascem idéias de competição capitalista formando-se as Organizações. Assim, surge o poder de mando e comando, uma produção racional, que consiste em afirmar que não é necessário discutir os fins de uma ação ou de uma prática, e sim estabelecer os meios eficazes para a obtenção de um objetivo.
Nestas Organizações institui-se a linha de montagem, onde se separa os que tem competência para dirigir e os incompetentes que trabalham na linha de montagem. Esta situação altera as relações sociais para, segundo Lefort uma Ideologia invisível na qual o poder está na mão do mercado, ele é quem gera as leis e regras, formando especialistas para desenvolverem tecnologias, esta que ajuda a aumentar a divisão social.
A Ideologia da competência torna um instrumento da dominação, a competência exige que as pessoas sejam analisadas no que elas podem produzir “valor extrínseco”, e não em sua capacidade intelectual, “valor intrínseco”.
Esta nova Ideologia sobrepõe às culturas de toda e qualquer tribo, todas as nações e todos os povos. Desta forma, é colocado a todos os seres humanos o consumo, porque existem especialistas (Exemplo: competentes na arte de marketing) para induzi-los a achar que o supérfluo não o é, mas sim algo extremamente necessário.
Esta ideologia subjuga o ser humano, retirando dele todas as suas qualidades e mostrando apenas seus defeitos, então assim surgem também os competentes em áreas psicológicas, nutricionais, os consultores da boa etiqueta, moda, entre outros.
Tudo isto faz que entendamos que a Ideologia não tem história, mas fabrica histórias, são espetáculos que surgem em espaço e tempo diferentes um do outro. E que esses espetáculos são sempre interpretados e narrados pelos vencedores, ou seja, pelos poderosos. Por essa razão não temos registros de como a classe social mais baixa interpretava os espetáculos, e como interagiam com eles.
Esta Ideologia somente será deposta quando os explorados se rebelarem contra os dominantes, isto é, começarem a pensar criticamente sobre o que fazem, e como fazem.

Em suma observa-se hoje, que existem espaços entre as pessoas e os especialistas, o Estado e a imposição dele, porém ambos são os mesmos. Isto também é conhecida como uma Ideologia da Alienação.

Por Clebson Marcelo Cordeiro

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